segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Back in Time - Metallica


MetallicA

Como reduzir essa banda a apenas uma postagem? Certamente seria impossível classificar uma banda desse porte com poucas palavras. Impossível descrever em apenas palavras a técnica de Cliff Burton, a força de vontade de Lars, Conflitos entre Dave Mustaine e James Hetfield, a chegada de uma promessa, Kirk Hammett, o feeling de Jason Newsted e a pirotecnia de Robert Trujillo. Sei que não se pode resumir tantos clássicos de tamanha grandeza em uma página, mas, pelo menos vale como um bom relato dessa grandiosa banda do Thrash Metal.

Lars Procura Por Uma Banda

Tudo começou com a fixação de Lars pelo movimento N.W.O.B.H.M (New Wave of British Heavy Metal), fanático por bandas como Diamond Head e Motörhead. Em 1981, o baterista colocou um anúncio num jornal de Los Angeles chamado Recycler, dizendo que estava a procura de uma banda para tocar. Hugh Tanner foi o primeiro a responder ao anuncio, dias depois. Com ele trouxe um garoto loiro de cabelos longos, chamado James Hetfield. Dias depois, Lars viajou para a Inglaterra para ver o Diamond Head tocar. Ele chegou a conhecer os ídolos e até a morar com eles por algum tempo. Acabou então se deparando com Bryan Slagel, proprietário da Metal Blade Records, que estava a procura de uma banda para tocar em sua compilação, então Lars se juntou a James Hetfield. Nessa época, James estava num projeto com seu amigo guitarrista Hugh Tanner, chamado Leather Charm. James abandonou o projeto para se concentrar apenas no Metallica. Tanner não quis o acompanhar em sua jornada. Os dois precisavam de uma banda para tocar na compilação de Bryan Slagel, entitulada Metal Massacre, mas não tinham idéia de onde iriam arrumar mais instrumentistas.

A Procura Por Novos Músicos


Como James Hetfield não sabia solar na época, eles precisariam de um guitarrista solo e um baixista para tocar na compilação. Lars teve a idéia de chamar seu amigo de longa data, Ron Quintana, para tocar baixo na banda, este recusou rapidamente. Então Ron se auto-imcubiu de criar um nome para a banda. O nome deveria representar bem o estilo de música que a banda iria tocar. Ron inicialmente teve a idéia de chamar a banda de Metal Mania, prontamente rejeitado por James e Lars. Então, Ron criou um nome emblemático, que posteriormente levaria a banda ao auge do sucesso. A partir daquele momento, a banda passou a se chamar: Metallica. Após a escolha do nome, faltava o mais difícil no processo de formação da banda: achar um guitarrista a altura de um projeto como esse da Metal Blade. Inicialmente, Lars inssistiu para que James assumisse a guitarra solo, idéia que foi rapidamente recusada por James. Lars então postou mais um anúncio no mesmo jornal Recycler. Dessa vez o anúncio especificava que eles estavam a procura de um guitarrista que saiba solar. Dave Mustaine respondeu ao chamado, mostrou seu caro equipamento de guitarra a banda, que não perdeu tempo e prontamente o recrutou para ser o novo guitarrista. Outro que respondeu foi Ron McGovney(foto), que fora recrutado mais tarde pra tocar baixo. Com James Hetfield (vocal e baixo), Lloyd Grant (Dave Mustaine ainda não havia chegado ao encontro dos demais membros) (guitarra solo), e Lars Ulrich (bateria), o Metallica gravou Hit The Lights para a compilação de Bryan Slagel, que aprovou e parabenizou a banda pela ótima qualidade da primeira música de autoria do Metallica.

As Primeiras Demos e a Saída de Alguns Membros


Após ser recrutado para gravar a compilação, Lloyd Grant foi dispensado da banda, depois da chegada de Dave Mustaine. Os garotos do Metallica gravaram sua primeira demo com os novos membros Dave Mustaine e Ron McGovney. A demo foi intitulada Power Metal, que foi inspirado nos desenhos de autoria de Ron Quintana. Mais tarde gravaram a demo Ron's Garage, sem muito alarde. A falta de sucesso nas demos causou brigas entre Hetfield e McGovney, este por sua vez veio a se separar da banda. Para o lugar dele, chamaram um habilidoso baixista chamado Cliff Burton. A primeira aparição de Cliff foi na casa noturna Whysky a Go Go, Lars e James ficaram impressionados com a habilidade do baixista até então da banda Trauma. Ele usava um pedal wha-wha, que evidênciava ainda mais sua técnica. Meses depois, ainda no ano de 1982, a banda lançou sua demo de maior sucesso até então, intitulada No Life 'Til Leather(foto), que fez um bom barulho e abriu as portas da banda para assinar com uma boa gravadora. No ínicio do ano de 1983, eles ainda lançaram sua 4ª demo, a Megaforce. O Metallica então se sentiu pronto para gravar um álbum de estréia, mais a Metal Blade Records se sentiu impossibilitada de cobrir o custo da gravação, o que desanimou os garotos.

O Primeiro Álbum e a Saída de Mustaine


O promotor de concertos musicais Johnny "Z" Zazula ouviu a demo e gostou do que ouviu. Ele se ofereceu a mediar uma gravação para a banda com as gravadoras de Nova Iorque. Depois do fracasso nos acordos, Johnny Zazula decidiu formar, ele em parceria com o Metallica, sua própria gravadora, a Megaforce Records. Após a formação da gravadora, os membros expulsaram Dave Mustaine, que abusava das drogas e do álcool. Tempos atrás ele havia derrubado cerveja no baixo de Ron McGovney, que foi eletrocutado, o fato irritou James Hetfield, que acabou tendo conflitos de personalidade com Dave. No documentário Some Kind of Monster, 2003, Mustaine afirmou que queria que o Metallica o encaminhasse para os Alcólatras Anônimos, o que não aconteceu. Sem Mustaine, a tarefa agora era encontrar um novo guitarrista. Kirk Hammett, ex-Exodus foi recrutado. Assim que recebeu o chamado, Kirk correu para o aeroporto e voou ao encontro da banda, tanta prontidão na hora da resposta foi porque não era qualquer banda que estava o recrutando, se tratava do Metallica. No ano de 1983, o Metallica viajou a Nova Iorque para gravar seu primeiro álbum: o Metal Up Your Ass, que seria produzido por Paul Curcio. A gravadora Megaforce Records achou o nome muito agressivo e se recusou a lançar um álbum com o nome tão agressivo, o que irritou James Hetfield. Passado o ocorrido, a banda renomeou o álbum, que passou a se chamar Kill 'Em All(foto). Assim que o álbum foi lançado, o Metallica recebeu uma proposta da banda Raven, na qual as duas bandas participariam de uma turnê chamada Kill 'Em All For One, para popularizar o lançamento.

Aparição na Billboard e Ride The Lightning

Kill 'Em All apareceu na posição 120 da revista Billboard 200, o que ja era uma vitória para os garotos. No mês de Fevereiro em 1984, o Metallica apoiou a lenda viva do Black metal, o Venom em sua turnê, Seven Dates of Hell, tocando para 7,000 mil pessoas no Aardschok Festival na cidade de Zwolle, Países Baixos. O Metallica gravou seu segundo álbum de estúdio, Ride the Lightning(foto), no estúdio Sweet Silence em Copenhague, Dinamarca. Lançado em agosto de 1984, o álbum culminou no número 100 na Billboard 200. A capa do álbum mostra uma cadeira recebendo uma grande carga de raios, que representa uma gíria muito usada nos Estados Unidos, para definir o instrumento usado na pena de morte de detentos condenados ao mesmo. Uma prensagem francesa errou na cor da capa do álbum, ao imprimi-la na cor verde(foto). Existem poucos exemplares de Ride The Lightning nesse modelo, agora isso é considerado um item de coleção. O álbum vendeu cerca de 5 mil cópias nos Estados Unidos e 15 mil no resto do mundo, sendo um dos álbuns de maior sucesso da banda. O álbum mostra um lado bem menos agressivo do Metallica, que havia abusado do conceito no Kill 'Em All. Em Ride The Lightning o Metallica usa mais da técnica, lançando músicas como Fade to Black(a primeira balada do Metallica), Creeping Death, For Whom The Bell Tolls e a música Homônima. Para manter a tradição, uma música instrumental, The Call of Ktulu. Mustaine apareceu nos créditos como letrista de Ride The Lightning e compositor de The Call of Ktulu.

O Primeiro Videoclipe

Após o sucesso de Ride The Lightning, o Metallica fez o seu primeiro vídeo musical, para o single For Whon The Bells Tolls. O vídeo mostra uma situação de guerra numa região montanhosa, bem avançado para os padrões da época. No fundo, destacava-se Cliff Burton tocando sua base no ínicio da música, as câmeras focavam nele. Apesar de ser um bom videoclipe, acabou não sendo exibido na MTV (nascida poucos anos antes, em 1981), o que acabou decepcionando os fãs e os próprios músicos.


O Sucesso e a Turnê com o W.A.S.P.



O diretor de A&R da Elektra Records Michael Alago, e co-fundador do Q-Prime Management Cliff Burnstein, assistiu um concerto do Metallica em setembro de 1984. Impressionado com o que viu, ele contratou Metallica para Elektra Records e fez a banda de um cliente da Q-Prime Management. Os resultados do segundo disco da banda foram extremamente satisfatório, a cada semana milhares de discos eram vendidos em todo o mundo. O Metallica começou a ganhar mais fama internacional, a popularidade não parava de crescer.O sucesso do Metallica foi tal que a gravadora britânica Music for Nations emitiu uma edição limitada do EP Creeping Death, que vendeu 40.000 exemplares como uma importação nos EUA. Duas das três canções do registro (versões cover de Diamond Head "Am I Evil?", e de Blitzkrieg "Blitzkrieg") apareceram no relançamento de Kill 'Em All em 1989 pela Elektra Records. O Metallica partiu para sua primeira grande turnê, acompanhados da banda Tank, eles tocaram para uma média de 1.300 pessoas por show. Após retornarem aos Estados Unidos, receberam um convite da banda de Hard Rock W.A.S.P. com o apoio da Armored Saint.Metallica tocou em seu maior show no festival Monsters of Rock em 17 de agosto de 1985, com Bon Jovi e Ratt em Donington Park, na Inglaterra, tocando na frente de 70.000 pessoas(foto), onde, para variar, arrebentaram mais uma vez. Um show em Oakland, Califórnia no festival Days on the Green viram a banda tocar em frente a uma multidão de 60.000 pessoas.

O Terceiro Álbum



Após tocarem nos dois maiores shows da sua carreira, os garotos do Metallica estavam prontos para gravar um novo álbum, depois de dois anos de espera. Eles decidiram gravar no Sweet Silence Studios. Após gravarem as oito faixas do novo material, eles decidiram que o álbum seria conceitual, ou seja, aborda apenas um tema isolado. O tema escolhido foi dominação, que ja tinha sido cogitado até em Ride The Lightning, mas os membros da banda preferiram falar sobre a morte no registro referido. Escolhido o tema, tinha apenas um problema: a capa do álbum. Após dias tentando solucionar o enigma, Cliff teve a idéia de fazer uma capa que se referisse ao nome "Master of Puppets", numa tradução livre, "Mestre dos Fantoches". Ele teve a idéia de desenhar um cemitério, com uma mão gigante vindo do além controlando as lápides. Genial! A idéia foi muito bem aceita por todos. Dias depois o álbum foi lançado, o sucesso de Master of Puppets foi tanto, que o álbum permaneceu por 72 semanas nas paradas americanas. Master of Puppets foi eleito pelo livro Kerrang!Klassic como o segundo maior álbum da história do metal. Foi conhecido como o único álbum do Metallica a reunir a força e agressividade de Kill 'Em All a técnica de Ride The Lightning, mistura muito bem aceita por fãs e pela crítica, pois, até hoje ja foram vendidas mais de 8 milhões de cópias só nos Estados Unidos. O sucesso de Master of Puppets não parava de crescer, e o Metallica recebeu uma oferta para apoiar Ozzy Osbourne numa turnê pelos EUA. James quebrou o braço enquanto andava de Skate, e teve que fazer boa parte de seus shows apenas cantando.

Grande Turnê e Perda Importante


Após lançar o terceiro álbum de músicas inéditas, o Metallica precisava fazer uma grande para promover o lançamento do novo álbum. Eles então embarcaram na turnê "Damage Inc.". Durante parte dessa turnê européia, um acidente terrível aconteceu. Durante uma das noites de viagem da turnê Damage Inc., os membros da banda perceberam que dormir nos cubículos dos ônibus era desconfortável. Então, durante uma semana eles tiraram a sorte num jogo de cartas, quem ganhasse dormiria no tão disputado beliche do ônibus da turnê. Numa atípica noite, Cliff Burton ganhou a sorte. Ele dormiria no beliche, para a tristeza dos outros que tiveram que dormir nos cubículos. Estava uma noite gelada, com trechos da pista congelados. Foi num desses trechos que o ônibus derrapou de forma violenta, arremessando Cliff para fora do veículo. com a força do derrape, o veículo não aguentou em pé e caiu, em cima de Cliff. Uma parte do ônibus que estava o suspendendo também não aguentou e caiu, esmagando ainda mais o corpo do baixista no chão. James Hetfield disse mais tarde que ele primeiro achou que o motorista estivesse bêbado, ou que ele tivesse sido negligente, e caminhou longas distâncias pela estrada tentando ver o gelo na pista. Entretanto, a embriaguez do motorista nunca foi provada, e este foi inocentado pelo acidente. O corpo de Cliff foi cremado e suas cinzas foram jogadas em Maxwell Ranch, na cerimônia, foi tocado a faixa instrumental "Orion", que nunca havia sido tocada ao vivo pela banda. Durante os anos 90, o sucessor de Cliff, Jason Newsted, frequentemente usava a melodia de baixo nas improvisações.



Procurasse um Baixista



A partir das audições para a escolha de um novo baixista estava Les Claypool (da banda Primus), um amigo de infância de Hammett. A banda gostou do baixista, mas considerava seu estilo muito diferente do estilo do Metallica. O convite foi feito a Jason Newsted(foto). Jason reuniu-se à banda oficialmente em 28 de outubro de 1986, três semanas após o funeral de Burton. A turnê foi terminada nos primeiros meses do ano seguinte. Em julho de 1987 gravaram The $5.98 E.P.: Garage Days Re-Revisited para testar um novo estúdio que eles haviam construído e para testar o talento de Newsted. O EP consistia num conjunto de cinco covers de bandas que inspiraram o Metallica no início da carreira, não foi tão badalado, mais vale como uma peça importante para uma coleção.

...And Justice For All, Sucesso Comercial, Fracasso em Produção



Após a morte da lenda Cliff Burton, o Metallica queria mostrar que teria futuro sem o baixista, ja que corriam boatos de que a banda não conseguiria nada sem a presença de seu eterno instrumentista. Porém, os quatro músicos pensavam de maneira diferente, e queria enfim decolar na sua carreira, direto para o sucesso definitivo! Porém, o novo álbum foi bem aquém do que se esperava em termos de gravação e produção. O baixo ficou praticamente inaudível na maioria das músicas de ...And Justice For All(foto), em decorrência da má gravação nos estúdios da Elektra Records, o que acarretou em muitas críticas ao novo baixista da banda, Jason Newsted, que foi injustiçado sem nenhuma razão, ja que a culpa de não se poder ouvir o baixo no álbum é exclusivamente da gravadora. Até mesmo Lars disse que ficou decepcionado com a produção pobre do álbum. Apesar de todos os problemas, o álbum alcançou sucesso de público e de crítica, sendo o álbum mais vendido do Metallica até então, com cerca de 12 milhões de cópias vendidas só nos Estados Unidos. Além disso, em 1989, a banda recebeu a indicação ao Grammy para a categoria Melhor Desempenho de Hard Rock/Metal Vocal Ou Instrumento. Entretanto, o prêmio foi ganho pela banda Jethro Tull pelo seu álbum Crest of a Knave. O resultado foi muito decepcionante e controverso, ja que o Metallica esperava realmente ganhar esse prêmio, e já estava na saída dos fundos do palco esperando ser chamada, logo após ter apresentado a canção "One". Os integrantes do Jethro Tull (por muitos a banda não é considerada nem mesmo de hard rock e metal) não haviam nem mesmo ido à cerimônia, assumindo que sua chance de ganhar o prêmio era mínima.

Novo Videoclipe Aparece na MTV

Após o lançamento do sucesso ...And Justice For All, o Metallica fez o segundo videoclipe da carreira, para a música "One", o maior sucesso do disco. Para este video, foram retiradas cenas do filme "Johnny Got His Gun", o videoclipe, apesar de modesto, chocou muitas pessoas pelo mundo, por mostrar cenas fortes e tristes. Ao invés de organizar um acordo de licença para apresentar cenas do filme, a banda simplesmente comprou os direitos da obra, o que foi melhor negócio para o Metallica, além de uma ótima estratégia de marketing. O vídeo foi enviado à MTV, com uma versão alternativa somente com a banda tocando, caso a emissora não aceitasse a versão original. Apesar de sua duração longa, a MTV aceitou o vídeo e o Metallica apareceu pela primeira vez na MTV estadunidense, o que rendeu popularidade ao conjunto.

The Black Album

A maioria dos fãs do Metallica entenden que Master of Puppets e Ride The Lightning são os álbuns clássicos do Metallica, boa produção e muitas músicas boas geraram esse frenesi em cima desses dois discos. Porém, o mais avassalador da banda ainda estava por vir. O Metallica ja havia anúnciado que iria lançar mais um material de músicas inéditas, mais uma vez junto a Elektra Records. O que ninguém esperava, era o sucesso e o barulho que esse álbum iria causar. O Metallica lançou então seu trabalho de mesmo nome, mais conhecido como Black Album(foto), ou Álbum Preto, devido a capa toda preta com uma cobra e o emblema da banda parcialmente escrito. Acusações de que o Metallica havia se vendido ao comercialismo estavam na boca dos headbangers na época, principalmente pela maior lentidão das músicas em relação aos trabalhor anteriores, dando uma pegada mais Heavy Metal e menos Thrash as músicas. Mas a verdade, querido leitor, é que clássicos como "Enter Sandman", "Nothing Else Matters", "The Unforgiven" e "Sad But True" nunca vão sair da cabeça dos verdadeiros fãs de Metallica. O sucesso comercial foi tanto, que o Metallica apareceu na primeira posição da Billboard 200, contrariando as críticas de que o Metallica havia se tornado comercial. O álbum vendeu 20 milhões de cópias nos Estados Unidos e mais 25 milhões no resto do mundo, culminando na 20ª posição entre os álbuns mais vendidos da história. Também teve bastante sucesso junta da crítica especializada, tendo inclusive ganho um Grammy. Em 2003, ficou em 252º na lista dos 500 melhores álbuns de sempre da Revista Rolling Stone. As letras deste álbum escritas por James Hetfield são muito mais pessoais e introspectivas do que as encontradas nos álbuns anteriores do Metallica. "The God That Failed", por exemplo, fala da morte de sua mãe de câncer e de suas crenças na ciência cristã, que a fizeram recusar tratamento médico. "Nothing Else Matters" expressa a conexão de Hetfield com uma namorada enquanto ele estava na estrada. Este disco também acaba com a tradição do Metallica de ter uma faixa instrumental e de longa duração.

Produção de Metallica

O álbum foi produzido por Bob Rock(foto), talvez o mais criticado e odiado produtor que ja passou pelo Metallica. Bob ja trabalhou com bandas como o Mötley Crüe, The Cult e Bon Jovi. O som do Black Album teve uma diferença marcante em relação à produção simples dos álbuns anteriores. Bob Rock alterou a rotina e a agenda de gravação de banda de forma tão profunda que os membros juraram nunca mais trabalhar com Bob de novo. A tensão entre a banda e o produtor foi registrada nos documentários A Year and a Half in the Life of Metallica e Classic Albums: The Black Album. Ambos exploram e documentam o intenso e cruel processo de gravação que resultou no Black Album. Apesar das controvérsias, Bob continuou trabalhando com o Metallica até 2003, um dos principais motivos da permanência dele como produtor foi esta afirmação de Lars: Sentimos que temos a melhor gravação dentro de nós e Bob pode nos ajudar a torná-la real. O custo da gravação de Metallica superou um milhão de dólares.

Singles e Acidente de James Hetifield

Não tinha mais jeito. O Metallica havia se estabelecido no posto de maior banda de Heavy Metal, ao lado do Iron Maiden. O primeiro single do álbum homônimo foi "Enter Sandman". Após esse, vieram "Nothing Else Matters", "The Unforgiven", "Sad But True", "Holier Than Thou" e "The God Than Failed", respectivamente. Portanto, das doze músicas do álbum, cinco se tornaram singles. O Metallica precisava embarcar numa grande turnê para divulgar seu novo trabalho. A banda acabou acertando com o Guns n' Roses "Foi ótimo para nós acertar com uma grande banda como o Guns n' Roses, essa turnê deu muita popularidade para nós" afirmou Lars Ulrich, no documentário Some Kind Of Monster. Apesar da grande espera, a turnê não rendeu o que se esperava, pois James Hetfield acabou sofrendo um acidente durante um dos shows, quando ficou em cima de um dos fogos pirótecnicos durante a abertura da música "Fade to Black", e sofreu queimaduras de terceiro grau. Por sorte, a guitarra protegeu sua face de queimaduras mais graves. O Metallica precisava escolher um novo guitarrista, ja que não poderia abandonar a turnê. A tarefa foi dada a Jason Newsted, que ligou para diversos guitarristas para fazerem testes, inclusive Andreas Kisser, que na época se encarregava da guitarra do Sepultura foi chamado para audições. Foram chamados guitarristas de bandas como o Corrosion Of Conformity, Flotsam & Jetsam, Overkill e Suicidal Tendencies, mas quem acabou levando foi o roadie de Hetfield, John Marshall, por motivo de urgência, ja que o Metallica não teria tempo de esperar os ensaios do novo guitarrista, e John ja tinha as músicas na cabeça. Mas Andreas não saiu de mãos abanando, ja que tocou com os caras do Metallica, inclusive gravou uma demo de covers denominada Sepultallica, apesar da péssima gravação, vale como peça de coleção para os fãs, tanto de Sepultura como de Metallica.


Merecido Descanso
O Metallica anúnciou após a turnê bem sucedida com o Guns n' Roses que iria encerrar suas atividades por algum tempo. James Hetfield foi para a casa curtir a sua noiva, Lars viajou pelo mundo, Kirk foi curtir a família e Jason foi curtir as férias. Entre as atividades de Jason estavam os projetos com Andreas Kisser, que se tornara um grande amigo. Em 1993, eles se juntaram com Jim Martin (Guitarrista do Faith No More), Rob Flynn (Guitarrista e vocalista do Machine Head) e com Tom Hunting (baterista do Exodus). Com esse time, exceto Jim Martin que não esteve presente no dia, eles gravaram uma demo com três músicas: Twisted, No Class e Creation. O projeto foi batizado de "Quarteto de Pinga", devido a veneração de Jason e Andreas pela bebida brasileira. Criaram também o Sexoturica e o Godswallop, todos esses projetos foram criados com o intuito de se divertir, mas não para fazer sucesso e lançar discos. Para os fãs colecionadores, existem raríssimas cópias do split-CD do Sexoturica e da banda IR8 - projeto que envolveu Jason, Tom e Devin Townsend, da banda Young Lad. "Não eram bandas, era apenas zoação de bêbados. Gravávamos qualquer coisa que saía e inventávamos nomes idiotas para as bandas apenas de brincadeira", afirma Andreas.

Volta Polêmica ao Trabalho

Depois de três anos sem um material de músicas inéditas, o Metallica se preparava sigilosamente para a surpreendente volta ao trabalho, em vários aspectos. O primeiro fato surpreendente, foi a aparição dos membros da banda de cabelos curtos, o que revoltou os fãs tradicionais, que afirmavam como nunca que o Metallica havia se tornado uma banda comercial. O segundo foi o tamanho do sigilo, sem marketing nem anúncios, eles voltaram a ativa deixando os fãs no escuro. E o terceiro foi a qualidade discútivel do sexto álbum de estúdio. Com composições de gosto discútivel e instrumentais saindo totalmente da característica pesada da banda, o disco Load(foto) foi um total desastre de crítica, mais um sucesso de público. O álbum vendeu mais de cinco milhões de cópias na América e ganhou disco de ouro no Reindo Unido após vender mais de 100 mil cópias. E ficou ainda no topo da tabela musical, Billboard 200, quatro semanas consecutivas. Porém, disse que o sucesso foi atingido graças a músicas mais calmas, fugindo da pegada Thrash Metal e entrando até mesmo na pegada Hard Rock. Com o disco, o Metallica perdeu popularidade na cena metal, ja que o público mais from hell desprezou o novo trabalho.


A Resposta Direto da Fonte

James Hetfield ficou inconformado com as críticas severas dos que se diziam fãs rigorosos do Metallica. "Não gostaram? Não comprem, não precisam dar seu recado, quase oito milhões de pessoas estão aí para confirmar que o trabalho é bom, e podem ter certeza que vem mais por aí", disse em resposta aos críticos. Quanto ao visual, Lars foi curto e grosso: "Faz parte do nosso amadurecimento, não queremos ser coroas tentando parecer ter vinte anos!", exclamou de forma irônica.

Novo Carregamento

Em 1997, o Metallica voltou aos estúdios da Universal Music para gravar o ReLoad(foto), uma espécie de Load II, ja que residia num conjunto de 13 faixas do mesmo estilo que o disco anterior, que ja haviam sido gravadas e ficaram de fora de Load. Até hoje ja vendeu mais de quatro milhões de cópias nos Estados Unidos, e o Metallica ganhou disco de ouro no Reino Unido pela segunda vez consecutiva, vendendo mais de 100 mil cópias por lá. Esse disco também recebeu severas críticas, apesar de conter músicas de gosto indiscutível, como Fuel e The Unforgiven II. Destaque para o videoclipe de Fuel, gravado em Tókio no Japão, trata-se de uma referência ao grande número de street races no país. Apesar de não satisfazer todos os fãs, o álbum foi considerado mais Heavy Metal do que Load, o que consolou o sofrimento dos fãs com essa fase melódica e mais comercial da banda.

Garage Inc. e S&M

Após o lançamento de Load e Reload, o Metallica talvez tenha se tornado a banda de Metal que teve mais alcance fora do gênero. Os membros da banda consideraram a fase boa e pretendiam continuar assim. Mas o Metallica tinha mais novidades por vir. Em 1998, o Metallica lançou o álbum de covers Garage Inc. que foi sucesso de crítica, mas comercialmente não vingou. O Metallica ganhou diversos títulos com essa compilação. Ganhou o Grammy Awards de 1998, com a canção "Whyskey in the Jar" de Thin Lizzy, na categoria melhor desempenho de Hard Rock. Stone Cold Crazy ganhou o Grammy Awards na categoria melhor desempenho de Heavy Metal. Ficou também em na segunda posição na lista da Billboard 200, e em terceiro na Top Canadian Albums, o single "Turne up the Page" ficou na primeira posição do Mainstream Rock Tracks, "Die, Die My Darling" ficou na vigésima sexta posição em 1999, e "Whyskey in the Jar" ficou em quarto no mesmo ano. A compilação tras covers de bandas como Black Sabbath, Thin Lizzy, Diamond Head, Mercyful Fate, Lynyrd Skynyrd, Motörhead, Misfits e Queen, entre outros. Em 7 de março de 1999 a banda foi indicada à calçada da fama de San Francisco. O então prefeito da cidade Willie Brown, proclamou aquele como sendo o "Dia Oficial do Metallica" em San Francisco. Um mês depois em 21 e 22 de abril, a banda gravou duas apresentações com a San Francisco Symphony Orchestra, na época conduzidas por Michael Kamen. Kamen, que já havia trabalhado com Bob Rock em "Nothing Else Matters", havia entrado em contato com a banda oito anos antes, logo após o lançamento do Álbum Preto, com idéias sobre a junção da música do Metallica com uma orquestra sinfônica. Kamen e sua equipe compuseram material de orquestra adicional para um número de canções da banda, e os concertos apresentaram uma seleção de canções datadas até a época de Ride the Lightning. A banda também escreveu duas novas canções com Kamen para o evento, "No Leaf Clover" e "Minus Human". A gravação de áudio e o vídeo do concerto foram lançadas em novembro de 1999 com o nome S&M, em CD, VHS, VCD e DVD. O show é considerado a melhor apresentação ao vivo da história da banda por alguns fãs.

Luta Contra o Napster
O Napster era um programa de compartilhamento de arquivos em rede P2P, compartilhando principalmente, arquivos de música no formato MP3, o Napster permitia que os usuários fizessem o download de um determinado arquivo diretamente do computador de um ou mais usuários de maneira descentralizada, uma vez que cada computador conectado à sua rede desempenhava tanto as funções de servidor quanto as de cliente. Em 2000, os integrantes do Metallica descobriram que uma versão demo de sua canção "I Disappear", que era suposta para ser lançada junto da trilha sonora do filme Mission: Impossible II, estava tocando nas rádios. Após descobrir a fonte de distribuição, a banda encontrou o arquivo na rede peer-to-peer de compartilhamento de arquivos do Napster, e também descobriram que todo seu catálogo foi livremente disponibilizado. Foi iniciada uma ação judicial contra o Napster com Metallica deixando a ação judicial na United States District Court for the Central District of California, alegando que a Napster violou três áreas da lei: violação de direitos autorais, utilização ilegal de interface dispositivo de áudio digital, e Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act. Com a controvérsia sobre a validade ou não de compartilhadores de arquivo, páginas web publicavam paródias dos membros da banda. Como retaliação, Ulrich apareceu no MTV Video Music Awards de 2000, em um vídeo com o apresentador daquele ano Marlon Wayans, no qual arruinava a idéia de usar o Napster para compartilhar música. Marlon interpretava um estudante universitário sentado em seu dormitório, ouvindo a canção "I Disappear" do Metallica. Ulrich, interpretando a si próprio, aparece e pede uma explicação. Após receber a desculpa de Wayan de que usando o Napster estava somente compartilhando, Lars replicou que a idéia de Marlon sobre compartilhar era simplesmente emprestar coisas que não eram suas sem pedir. Ele chamou então a equipe de turnê da banda, que proseguiu confiscando todos os pertences de Wayan, deixando-o quase nu em um quarto vazio. O criador do Napster Shawn Fanning respondeu posteriormente à cerimônia ao apresentar um prêmio vestindo uma camiseta do Metallica com os dizeres "Eu peguei esta camisa emprestada de um amigo. Talvez, se eu gostar dela, irei comprar uma própria". O fato irritou os membros, que se determinaram cada vez mais a derrubar o Napster.
Saída de Jason Newsted

A briga contra o Napster foi apenas um dos problemas que o Metallica enfrentaria pela frente. O Metallica entrava, lenta e gradualmente numa crise. Após os episódios iniciais da luta do Napster, Jason Newsted anúnciou que sairia da banda, alegando desgaste físico e cansaço. Mas a saída foi um tanto conturbada, ja que Jason mantinha um projeto paralelo chamado Echobrain, o qual James Hetfield reprovava. "Quando isso ira acabar? Vão entrar em turnê? Vão vender camisetas? Isso é uma banda?", critica James. "Quando um membro entra em um projeto paralelo, parte da força do Metallica vai embora", explica James. Em uma entrevista para a revista Playboy, Jason revelou que tinha vontade de lançar um álbum com sua banda Echobrain. No documentário Some Kind of Monster, James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e o produtor Bob Rock aparecem indo a um show do Echobrain. Após a apresentação, eles esperavam cumprimentar Jason Newsted, mas Jason, de forma suspeita, não foi encontrado em lugar nenhum. Lars Ulrich, abalado pela tensão pela qual o Metallica passava, afirmou que "Metallica é o passado, Echobrain é o futuro". O Echobrain acabou não vingando.
St. Anger e Problemas de James Hetfield

O Metallica encarava mais problemas: A falta de um baixista e o problema de James Hetfield com o álcool. James passou um ano em uma clínica de reabilitação para o seu vício. Ao sair da clínica, ele se denominava um "novo homem". Porém, enquanto estava na clínica, a crise se instalou na banda. A idéia inicial era fazer um álbum no estilo dos anteriores, na esperança de engrenar novamente as vendas. Porém, a idéia adotada foi uma: Porrada total! James afirmou que rejeitar essa idéia era bobagem, pois a rejeição da mesma acarretaria no fim da banda, que tinha pela primeira vez um trio nos instrumentos. Foi cogitada a possibilidade de gravar o álbum com James Hetfield no baixo, mas isso acabaria com a característica da banda de ter duas guitarras. Então, Bob Rock se ofereceu ao cargo de baixista, a idéia foi bem aceita pelos integrantes, afinal, não teriam nenhuma escolha. O álbum foi denominado St. Anger(foto), foi feito para ser frio e seco, direto, sem frescuras. O que chamou a atenção foi a agressividade da bateria e a falta de solos do disco, tirando um pouco a característica do Metallica tradicional. Porém, os headbangers ficaram felizes com a volta do Metallica agressivo de antigamente, mesmo com a qualidade contestável do novo trabalho. Fãs apontam o álbum como o fundo do poço da banda. Apesar da crise e da produção modesta, o álbum ganhou o Grammy Awards como melhor desempenho de Heavy Metal, e ficou em primeiro lugar nas paradas na Austrália, Áustria, Canadian Albums Chart, Finlândia, Alemanha, Japão, Noruega e Suécia, além da primeira posição na lista da Billboard 200. A crítica surpreendentemente gostou do álbum e considerou em sua maioria como um álbum muito bom.

Some Kind Of Monster e Ozzfest
No início de 2003, seguido da gravação do álbum, o Metallica iniciou audições para a escolha de substituto permanente para Newsted. Robert Trujillo, anteriormente do Suicidal Tendencies e da banda de Ozzy Osbourne, foi escolhido como novo baixista. Jason Newsted acabou reunindo-se com a lenda do thrash metal Voivod em 2002. Acabou também substituindo Robert Trujillo na banda de Ozzy durante a turnê Ozzfest de 2003. Durante o Ozzfest, o Metallica apresentou a sua nova canção Cyanide. Durante o ano de 2004, foi lançado do documentário Some Kind Of Monster, um EP e documentário que mostra o processo de gravação do álbum St. Anger, entre as músicas, estão duas versões da música Some Kind of Monster e versões ao vivo de clássicos antigos da banda. No videoclipe da música Some Kind of Monster, apareceum pouco do vídeo do documentário. Após turnês extensas divulgando o álbum na Summer Sanitarium Tour 2003 e na Madly in Anger with the World, a banda entrou em hiato dos concertos e passou a maior parte de 2005 com amigos e família.


Death Magnetic e Troca de Produtor

Em 16 de fevereiro de 2006 a banda anunciou em sua página oficial que após um relacionamento de mais de quinze anos, o produtor musical de longa data Bob Rock não gravaria o próximo álbum de estúdio do Metallica. O grupo gravou em 2008 um álbum de estúdio com o produtor Rick Rubin, que já trabalhou com outras bandas proeminentes de rock e metal como Slayer, System of a Down, Slipknot, Red Hot Chili Peppers, Rage Against the Machine e atualmente Linkin Park. A banda esteve em Portugal a 28 de junho de 2007, na sua Sick of the Studio Tour, proporcionando um grande concerto no festival Superbock Superock, juntamente com Joe Satriani e Mastodon, onde tocaram temas poucos habituais nos seus concertos, como a instrumental "Orion" e "…And Justice for All", canção que a banda já não tocava ao vivo há dezoito anos. Várias especulações, sobre o novo álbum eram inevitáveis, pois a banda prometera que o som seria baseado em clássicos como: "Master of Puppets" e "…And Justice for All", em 12 de Setembro de 2008, foi lançado Death Magnetic(foto), o disco alcançou o topo em vários países, o álbum foi aclamado pela critíca e pelos fãs e realmente resgatou a banda as suas origens oitentistas. Gravado nos estúdios da Warner Bros., Death Magnetic consegue em partes simular clássicos como Master of Puppets e Ride the Lightning, porém, numa pegada um pouco mais industrial. O disco vendeu mais de trinta mil cópias no Brasil, ganhando assim o disco de ouro. Alcançou também o quinto posto entre os álbuns mais vendidos do ano de 2008, mesmo sendo lançado apenas em setembro. Os singles "The Day That Never Comes" e "All Nightmare Long" alcançaram primeiro lugar em diversas paradas. A crítica também venerou o álbum, que foi unanimidade em todas as revistas e programas musicais, ambos dando notas ou considerações ótimas para o mais recente trabalho do Metallica. Esperemos então, que o Metallica continue nos brindando com muitos trabalhos, e o mais importante, com muito Heavy Metal!

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